Na véspera do Dia Internacional da Mulher, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) recebeu, na última sexta-feira (7), a segunda edição da Conferência Antifeminista de Santa Catarina, organizada pela deputada Ana Campagnolo (PL). O evento também marcou o lançamento de seu mais recente livro, A Hidra Feminista, com a presença da deputada portuguesa Rita Matias, que escreveu o posfácio da obra.
O livro faz uma analogia entre o movimento feminista e o mito da Hidra de Lerna, um monstro com várias cabeças que, mesmo ao ser decapitado, se regenera. Campagnolo defende que o feminismo, assim como a Hidra, possui múltiplas vertentes, que se reconfiguram mesmo quando combatidas. “Este livro foi escrito com base na experiência que adquiri ao longo desses seis anos como deputada antifeminista aqui na Assembleia”, afirmou a parlamentar. “O feminismo é um monstro perigoso, com várias cabeças.”
Em seu livro, a deputada argumenta que o movimento feminista se espalha em diferentes esferas da sociedade, como a universidade, a militância, a mídia e o parlamento. Ela afirma que, embora as feministas controlem essas outras áreas, é no parlamento que conseguem aprovar suas políticas, com pouca resistência. Um exemplo citado por ela foi a aprovação, em 2020, de uma lei na Alesc que tornou obrigatória a realização de exames periciais em vítimas de estupro menores de idade, exclusivamente por peritas mulheres. Segundo a deputada, leis como essa, que envolvem o nome “mulher” ou “bancada feminina”, acabam prejudicando as próprias mulheres, como no caso da mencionada lei, que, na sua visão, deixou meninas e adolescentes vítimas de estupro sem atendimento adequado de provas periciais.
A Hidra Feminista é o quinto livro escrito por Ana Campagnolo e conta com o posfácio de Rita Matias, considerada a primeira parlamentar antifeminista de Portugal. Ela destacou que a obra também será lançada em Portugal, em abril deste ano. “Estamos mostrando que existem alternativas para as mulheres que têm sido vítimas das conquistas do feminismo. Muitas dessas mulheres têm medo de se manifestar contra as correntes feministas, como o exemplo das mulheres que enfrentam pressões para abortar por parte de seus companheiros ou empregadores. O feminismo tem traído essas mulheres”, afirmou Matias.
Conferência Antifeminista
Após o lançamento do livro no hall do Palácio Barriga Verde, aconteceu a segunda edição da Conferência Antifeminista de Santa Catarina, que foi realizada à noite, no Auditório Antonieta de Barros, na Assembleia Legislativa. Ana Campagnolo e Rita Matias foram as principais palestrantes do evento, cujo tema central foi o conteúdo do livro da deputada catarinense.
“Todo 8 de março, tentamos promover um evento de contraponto, mostrando que existem mulheres conservadoras e de direita. O Dia da Mulher foi criado e é celebrado pela esquerda. Por isso, realizamos este evento para ressaltar que as mulheres conservadoras existem e, em nossa visão, representam a maioria”, concluiu Ana Campagnolo.
