Cerâmica de São José estreia na Casacor com curadoria de arquiteta josefense

Pela primeira vez, a tradição cerâmica de São José será destaque na Casacor Santa Catarina. A Escola de Oleiros Joaquim Antônio de Medeiros, localizada na Ponta de Baixo, terá peças selecionadas para compor o ambiente da arquiteta Beatriz Tambosi na próxima edição do evento, que ocorre de 28 de setembro a 9 de novembro de 2025, no antigo parque gráfico da NSC, em Florianópolis.

Natural de Campinas, bairro josefense, Beatriz voltou às suas origens para escolher pessoalmente as obras que estarão em sua ambientação na Casacor — um dos principais eventos de arquitetura e design do país. “Essa é uma das maiores oportunidades da minha vida: levar a arte da minha terra, da minha gente, para um evento como a Casacor. É sobre trazer vida e valor ao que, para muitos, pode parecer apenas uma peça de barro”, afirmou a arquiteta.

A iniciativa reforça a missão da Escola de Oleiros em preservar e valorizar uma das tradições mais antigas da cidade. Fundada em 1992, a unidade é a primeira escola municipal da América Latina dedicada exclusivamente ao ensino da cerâmica. Hoje, mais de 200 alunos — de crianças a idosos — mantêm viva uma prática que remonta ao século 18, trazida por famílias açorianas.

Para a coordenadora da escola, Tereza Bez, a participação no evento é motivo de grande orgulho. “Cada peça que sai daqui carrega uma história e uma herança cultural centenária. Ver esse trabalho reconhecido em um palco tão prestigiado é a certeza de que estamos mantendo viva a alma de São José”, destacou.

O secretário de Cultura e Turismo, Antônio Carlos da Silveira, também celebrou a conquista. “Esse reconhecimento reafirma o papel da Escola de Oleiros como referência nacional. É um orgulho ver o talento dos nossos mestres e alunos ganhando visibilidade e valorizando nossa identidade cultural.”

A parceria entre a arquiteta e a escola não apenas destaca o valor artístico das peças josefenses, mas também projeta nacionalmente a força da cultura local. Agora, parte dessa história ganha novos olhares e espaços, mostrando que a cerâmica de São José continua atravessando fronteiras com orgulho, identidade e pertencimento.

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