O governador Jorginho Mello participou, nesta sexta-feira, 21 de março, da assinatura do contrato entre os portos de São Francisco do Sul e Itapoá para a realização da dragagem e do aprofundamento do canal de acesso à Baía da Babitonga. Este projeto marca um momento histórico, destacando-se por dois aspectos inéditos e inovadores. Pela primeira vez no Brasil, um porto público firmou parceria com um porto privado para a execução de uma obra dessa natureza. Além disso, parte dos sedimentos retirados do mar será utilizada para o engordamento de uma praia em Itapoá.
“Este projeto terá um impacto extraordinário na economia. Com o aprofundamento do calado e da largura do porto, vamos garantir a competitividade do nosso porto, colocando-o no mesmo nível do Porto de Santos. Isso permitirá a atracação de navios de 366 metros, aumentando significativamente a capacidade de carga. Isso representa ganhos para todos: para os transportadores, para os vendedores, para a cidade e, principalmente, para o aumento de empregos”, destacou o governador Jorginho Mello, que também lançou o edital de licitação para a escolha da empresa responsável pela execução da obra.
O secretário de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins, ressaltou a importância da obra para o futuro da navegação. “As companhias marítimas estão aumentando o tamanho dos seus navios e precisarão de portos preparados para operar com essas embarcações. Esta obra coloca Santa Catarina à frente da navegação do futuro”, afirmou.
Com um investimento total de R$ 324 milhões, a obra permitirá a atracação e operação de embarcações de até 366 metros de comprimento, tornando o Complexo Portuário da Baía da Babitonga o primeiro do Brasil a receber navios de grande porte com capacidade máxima. Atualmente, o complexo portuário comporta embarcações de até 336 metros, com capacidade para até 10 mil TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés). Com a obra, essa capacidade aumentará para 16 mil TEUs.
Cleverton Vieira, presidente do Porto de São Francisco do Sul, destacou a importância da parceria para viabilizar o projeto. “Essa obra é de extrema importância para o nosso estado, pois o Complexo Portuário da Baía da Babitonga responde por 60% das cargas movimentadas pelos portos catarinenses. Inicialmente, não conseguimos recursos do governo federal, mas, sob a liderança do governador Jorginho Mello, buscamos uma solução rápida e juridicamente segura. A parceria com o Porto Itapoá, um terminal privado, e o Porto de São Francisco do Sul, um porto público, foi fundamental para esse avanço”, explicou.
Ricardo Arten, presidente do Porto de Itapoá, comemorou o impacto da obra: “Esse é um marco para a história portuária catarinense. O aprofundamento permitirá que movimentemos cerca de mil contêineres a mais, o que representa 130 mil contêineres adicionais por mês. Anualmente, isso significa um aumento de mais de um milhão e meio de contêineres, trazendo maior competitividade para a indústria catarinense e para os exportadores e importadores da região.”
A obra será financiada por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP), com o Porto de São Francisco do Sul aportando R$ 24 milhões e o Porto de Itapoá R$ 300 milhões. O investimento será ressarcido de forma parcelada até dezembro de 2037, aproximadamente 11 anos após a conclusão da obra. O retorno será feito a partir do adicional de tarifas portuárias geradas pelo aumento no número de navios e na movimentação de carga após o aprofundamento.
Com a conclusão dessa obra, Santa Catarina estará mais preparada para atender à crescente demanda do setor portuário e posicionará a Baía da Babitonga como um dos mais importantes acessos portuários do Brasil.