O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criou cerca de 4,4 mil novos cargos comissionados desde o início do atual mandato, em janeiro de 2023. Com isso, a administração pública federal alcançou, em novembro de 2025, o maior número de cargos de confiança já registrado: 50.770 postos.

As informações constam em um levantamento do Farol da Oposição, iniciativa do Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB.

De acordo com o governo federal, a ampliação está relacionada à reestruturação ministerial promovida por Lula ao assumir a Presidência. A gestão afirma ainda que não houve aumento de despesas, uma vez que os novos cargos resultaram da transformação de funções já existentes, que estavam vagas ou consideradas obsoletas.

O total engloba cargos de livre nomeação e exoneração destinados a funções de direção, chefia e assessoramento. As vagas são ocupadas tanto por servidores de carreira quanto por pessoas sem vínculo prévio com a administração pública. Do total, 53% estão concentrados na administração direta federal, como os ministérios, enquanto o restante está distribuído entre autarquias e fundações.

Atualmente, o governo Lula conta com 38 ministérios e chegou a ter 39, com a criação de uma pasta extraordinária voltada ao enfrentamento da tragédia climática no Rio Grande do Sul. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) encerrou seu mandato com 23 ministérios, mas foi o chefe do Executivo que mais criou cargos comissionados. Apenas em 2022, último ano de seu governo, foram abertas 13,4 mil novas vagas — número que supera em três vezes o total criado no atual governo. Nos três primeiros anos da gestão Bolsonaro, o quantitativo permaneceu praticamente estável.

Entre os órgãos com maior número de cargos comissionados atualmente estão o INSS (3.984), o Ministério da Fazenda (2.697), a Polícia Federal (2.001), o Ministério da Gestão (1.994), o IBGE (1.914), o Ministério da Saúde (1.707) e a Presidência da República (1.646), incluindo chefias e equipes técnicas.

Já os ministérios que mais ampliaram o número de cargos comissionados entre o fim do governo Bolsonaro e o início da gestão Lula foram Fazenda (2.697), Gestão (1.994), Agricultura (1.411) e Trabalho e Emprego (1.284), além de outras pastas que foram criadas ou desmembradas na atual administração.